quinta-feira, 1 de novembro de 2012

von(u)ta(r)de


taquicardia,palpitação,mão fria e até tesão..

ela tremia

havia algum tempo que não sentia tanta vontade de sentir!



durou uma semana.

depois?


bradicardia, mãos quentes e...até tesão!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

colírio

ela não quis colocar os óculos escuros

deixou aberta
a visão

a ferida...exposta!

pra todo mundo ver..

não lhe faltou vaidade
faltou-lhe forças

era doloroso cobrir


por hoje.

domingo, 30 de setembro de 2012

se(r)fossem

talvez fosse um reconhecimento

(os olhos fixos..nos dele)


e não sabia descrever a sensação

era como um...reconhecimento!

talvez se reconhecessem
talvez se identificassem

talvez, de repente, fossem

era isso...
eles eram!


desvio-se o olhar
e bastou


o olhar
deles
sabia
que
eram

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

se(cura)

é porque seca...


a falta de amor, de possibilidade,de vontade
..vira repulsa

tudo pela falta de distração
pela programação
pela atuação


pensei até em pedir perdão, mas sou seca demais pra penetração

(se cura ou se é secura)

sábado, 8 de setembro de 2012

o que ela gostava no silêncio era a possibilidade do sim e do não

nunca os tinha como resposta!

era sempre possível que fosse um pedaço de cada um..

e podia escolher
o dia que queria sim
o dia que queria não

e quando se fala
e não mais se cala
isso acaba.

todo dia é sim
todo dia é não

como pra qualquer um..

embora ela ainda resista a se agrupar aos que sabem!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

devenir

reprimir!

a ordem é essa - disse ele


e aqui quem reina é ditador! - acrescentou, fingindo nao ouvir os rumores da revolução que há de vir




devir.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

dessentir

não que fosse pra ser você
mas de repente era.

era uma vontade esquisita
um desejo rápido...



passou!




e temos adiado juntos a estadia permanente.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

per(dor)ar

eu decidi que era melhor assim

desculpe-me a frieza, a ausência, a distância forçada.
desculpe-me as poucas palavras, as mensagens não respondidas
e os nãos querendo dizer sim.

te peço perdão pelo sentimento pela metade
pela proteção
pela dor evitada
pelo medo da tentação

e te peço por último...
que te vás

e que não voltes pra eu nao ter que te pedir mais uma vez.

fica o silêncio!

Amélia
________________________________________

quando decidiste "sentir pela metade" esqueceste que eu podia sentir um inteiro todo!

os nãos querendo dizer sim que disseste não são mais dolorosos do que os nãos que fizeste de conta que eu disse


eu sempre disse sim, Amélia
e o que mais me dói..é que nunca soubeste

nunca quiseste saber.

e enquanto evitas tuas dores, joga-as para mim..sem piedade!

depois de tantos sins não ouvidos e de tantos nãos inventados por ti

eu te digo que o não, dessa vez, é real.

não há perdão para dor


cá fico eu..cheio de sins e com o meu primeiro e último: não!

Francisco

segunda-feira, 23 de julho de 2012

framboesa




e depois veio o outro

o outro amor..quero dizer

ou quase-amor

era isso: ela quase amava


sentimento não se sente devagarzinho...

quando é devagarzinho é pensamento

e pensamento é a cabeça falando!

e era devagar...mas invadia!



tinham destido de tocar
ela não..

os dedos!


mas ela era uma fruta..

e fruta toca com o corpo todo
com a carne toda
a folhinha verdinha que fica em cima..toca!

e fruta não corta!

dói demais cortar..

ela era tão doce
mesmo quando se confundia no amargo do outro.


talvez apodreça

mas eu prefiro acreditar que depois vai vir o outro!

dessa vez doce, decerto!

sábado, 14 de julho de 2012

e todos aqueles discursos quase ou totalmente poéticos sobre o uso da palavras...

tem seu fracasso comprovado!


é..o fracasso do discurso

do uso

delas

sexta-feira, 1 de junho de 2012

legar ou deixar

aceitar que as peças desse lego não são as certas
mesmo que se tente, corte, quebre ou até se ignore e viva com as peças erradas..(a compreensão sempre facilita as coisas)


elas não se encaixam..

elas nunca vão encaixar..
e não dá mais pra comprar outro lego
porque as peças são únicas



parece compreensível dizendo assim..
de uma vez só: "elas não se encaixam"
como se fosse fácil
como se fosse uma dor ajustável, ajudável ou recuperável


elas não se e n c a i x a m!

sábado, 12 de maio de 2012

sangra




ninguém tem mesmo que entender

sem decepção..
sem drama..
sem dor..

o encontro consigo comprova que no fundo é só...

você!

(pense na economia das palavras e no (in)esgotamento dos sentidos)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

partida

tava dificil me manter naquela posição.


diversos impulsos iam vindo e, ignorando-os, eu continuava fincada alí.
- por um bom tempo -



levantei com força
sem ritmo de despedida ou de receio pela saudade que viria;
foi forte.
achei que apenas os fortes conseguiriam levantar tão rapidamente;


a velocidade foi importante (não mais que a vontade)
e repito a cena o tempo todo na minha cabeça..
juntei as pernas, respirei fundo, e levantei.
o ritmo era apressado..de quem descobre a inutilidade do que está fazendo e levanta em tom de desprezo..por si..pelo tempo perdido.


não sei se o sentimento é de alívio, ou de peso.
dá um certo arrependimento descobri que perdeu-se tempo

quinta-feira, 3 de maio de 2012

ah, seio

significados antigos de palavras antigas me soam como novidade..
asseio seria um estado de limpeza agradável à vista!


lavemos a alma!
por respeito..a si.

segunda-feira, 26 de março de 2012

insis(n)to

não vou ficar esperando alguém me salvar
eu mesma me salvo
eu mesma me arrumo pra..loucura!


estou cansada de me defender
sou só ataque

insisto.



(adaptaçãoeinspiração:fabricio carpinejar)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

com(n)gelo

toda vez que começa a sair...

congela!

umas lágrimas vão derretendo..escorrendo.
mas passa rápido.

ai depois dá uma vontade forte de novo
que vem de dentro ..gritando pra sair
ai quando começa a sair

congela..congelam os dedos, a barriga..a vontade!

as lágrimas de novo.
o gelo de novo.

congela.

com(n)gelo as palavras.

(uma bebida por perto, mistura tudo e bota o gelo todo pra dentro
no lugarzinho de sempre. bicho afoito de tentar sair)