quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

caiof

Ela estava tão dentro dele quanto ele dentro Dela.
Intrincados, a ponto de um tornar-se ao mesmo tempo fundo e superfície do outro.
Amenizava-se às vezes no decorrer do dia, nuvens que se dissipam, turvo de água clareando até o cair da noite surpreendê-lo nítido, passado a limpo, passado a ferro.
Então sorria, dava telefonemas, cantava ou ia ao cinema.
Mas em outras vezes adensava-se feito céu cada vez mais escuro, turvo agitado subindo do fundo, vidro bafejado.
Sem dormir, fosforescia entre os lençóis ouvindo os ruídos da madrugada chegarem como abafados por uma grossa camada de algodão.
Dissipava-se ou concentrava-se na manhã seguinte e, concentrando-se, não era uma manhã seguinte, mas apenas uma fluida e mansa continuação sem solavancos.
Seu maior medo era o destemor que sentia.
Íntegro, sem mágoas nem carências ou expectativas.
Inteiro, sem memórias nem fantasias.
Mesmo o não-medo sequer sentia, pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.


pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.

pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.

pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.

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