quarta-feira, 5 de novembro de 2008

linguag(...)

Quase sempre ou quase nunca, depende do estado de espírito, volto a me sentir
como um objeto indireto!
À algo ou à alguém..na verdade é como se (...)

a realidade só tem existência para nós quando é nomeada?
nao sinto necessidade de concluir meu raciocínio, via escrita

uma revolta auto-autocrítica.
nesse momento a realidade existe em qualquer forma..
preferencialmente:naonomeada.


(isso ja responde?responde!)

Um comentário:

Anônimo disse...

*De 'Através do espelho e o que
Alice encontrou lá':

"Esse deve ser o bosque", murmurou pensativamente, "onde as coisas não têm nomes". [...] "Bom, de qualquer modo é um alívio", disse enquanto avançava em meio as árvores, "depois de tanto calor, entrar dentro do... dentro de quê?" Estava assombrada de não poder lembrar o nome. "Bom, isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo disso daqui, ora", disse colocando a mão no tronco da árvore. "Como essa coisa se chama? É bem capaz de não ter nome nenhum... ora, com certeza não tem mesmo!"
Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente, exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E agora quem sou eu? Eu quero me lembrar, se puder.
(Lewis Carroll, 1980:165-166)


*De 'As viagens de Gulliver':

O segundo projeto era representado por um plano de abolir completamente todas as palavras, fossem elas quais fossem [...]. Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenas nomes para as coisas, seria mais conviniente que todos os homens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar ao discorrer sobre determinado assunto.[...]...muitos eruditos e sábios aderiram ao novo plano de se expressarem por meio de coisas; cujo único inconveniente residia em que, se um homem tivesse que falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carregar nas costas um grande fardo de coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos para acompanhá-lo [...]. Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste em que ela serviria de língua universal, compreendida em todas as nações civilizadas, cujos utencílios e objetos são geralmente da mesma espécie, ou tão parecidos que seu emprego pode ser facilmente percebido.
(Jonathan Swift, 1998:194-195)